A ocupação de seus devidos espaços em sua própria essência

Texto por Stephanie Karoline Edição por Gabriela Macêdo

O Politizar desta edição desenvolveu uma pluralidade de grupos que fez da simulação algo extremamente diverso desde o primeiro momento. A presença de frentes é uma inovação dentro do projeto, visto que nas outras edições nenhum simulando se propôs a tal. Marcados pela extrema organização dos participantes com formações de grupos e contas dos partidos nas redes sociais, os simulandos desenvolveram a Frente Feminina Mista, Frente Negra, Grupo Cristão e Grupo LGBT. Além dos grupos, também estiveram presentes mulheres quilombolas, como as deputadas Hellen Oliveira (PSB) e Lucilene Kalunga (PSDB), o assessor Karlos Eduardo (DEM), que é cadeirante, e uma representante das mulheres camponesas, Letícia Garcêz (PRB). 

Com ocupação das mulheres em todos cargos de poder, a Frente Feminina Mista, criada pelas deputadas e assessoras do projeto, cumpriu seu objetivo dentro da Casa Legislativa. A primeira governadora negra, Iara Leal (PRB), e a vice-governadora, Ana Flávia Teixeira (PSDB), foram as principiantes dessa expedição que passou, em seguida, pela Presidente da Casa, Júlia Matos (PSDB). A vice-presidente, Ana Flávia, fez questão de lembrar que esta foi a primeira edição do Politizar com presença 50% feminina. “É a primeira vez que temos “voz”, conversei com várias mulheres da Casa e a representatividade é ótima, temos muitas mulheres competentes”, acrescentou.

As presidentes das comissões não ficaram de fora, e fecharam o ciclo de mulheres em cargos superiores dentro da Assembléia. Isabela Almeida (PSDB) atuou como presidente da Comissão de Minas e Energia, Hellen Oliveira (PSB) como presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte e Letícia Garcêz (PRB) como presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa. Por último Fernanda Alves (PT) foi a presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação.

A coordenadora do Politizar pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Laís Tomaz, explicou sobre como o politizar é uma oportunidade de local de fala para todos. “Nada mais justo para as mulheres, que são tão renegadas a um segundo de fala na política brasileira, tenham destaque aqui. Espero que esse resultado se repita nas urnas,” completou. 

Alguns grupos, como o cristão, não foram criados com intuito de Politizar, mas sim com objetivo de se identificar, como declarou a deputada Pastora Aninha (PSDB). A ideia era estar juntos e saber que haviam pessoas no projeto com os mesmos ideais e princípios cristãos. Já a Frente Negra, de acordo com o deputado Leo Silva (PT), pretendia usar da representatividade para não deixar que pautas pertinentes a população negra passassem em branco. Outros grupos, como o LGBT, buscaram ir além com a formação, ao pautar e lutar em prol do debate e propostas  pertinentes ao que eles buscavam representar. Com isso, projetos de leis como o do deputado Adriano Ferreto, deputada Leticia Garcêz (PRB) e deputada Ana Carolina Bueno (PSB) que institui o Programa Estadual TransCidadania foram propostos pelos mesmos e trabalhados para serem aprovados nas comissões e no Plenário.

O assessor e cadeirante Karlos Eduardo (DEM) também se sentiu muito incluso. De acordo com ele, apesar da acessibilidade dentro da assembleia não ser tão boa quanto deveria, afirma ter sido respeitado pelos outros simulandos, de forma a conseguir aproveitar bastante a forma como se deu a edição. Já a deputada e quilombola, Lucilene Kalunga (PSDB), buscou por meio de uma proposta de lei atingir a comunidade de onde veio, porém não só a dela. Sua proposta conjunta com a deputada Pastora Aninha (PSDB) buscou trazer incentivos governamentais para promoção do turismo de base comunitária no Estado de Goiás, como forma de trazer qualidade de vida para os habitantes das regiões turísticas e desenvolvimento regional. 

Durante sua 4º edição, o Politizar foi carregado de grandes concepções e grande diversidade de opiniões, que fez com que além de conversas acaloradas, tivessem também diálogos saudáveis para aprimoramento de ideias. As comparações com a vida real fizeram com que muitos criassem o desejo de se candidatarem após a nas próximas eleições, com o objetivo de trazer essa representatividade para a Assembleia completamente. A próxima edição do projeto acontecerá no próximo ano, no entanto, nada mais digno do que trazer toda essa pluralidade política para a realidade.

OPINIÃO: A influência da mídia na política e na nossa sociedade

 Texto por David Maycon Edição por Gabriela Macêdo

Em um mundo globalizado e frenético estamos rodeados de inúmeros acontecimentos que mesmo quando ocorrem no outro extremo do planeta, podem surtir efeitos imediatos em nossa própria localidade. Assim, entra em voga a importância e a necessidade da mídia, sobretudo da imprensa, que tem a função de nos atualizar sobre esses fatos a todo momento.

Considerando que muitos acreditam estarmos entrando em uma nova fase da revolução industrial, onde a informação e dados são basilares para os planejamentos e moldes de todo o desenvolvimento futuro, a reprodução desses informes precisa ser meticulosamente pensada.  Esse cuidado é tomado para que seja possível atingir todos os seus ouvintes de forma clara, precisa, imparcial, e para que possa agir de fato como uma informação, e não uma desinformação; uma distorção da realidade.

Por essa necessidade crescente de novas informações, é que cada vez mais as pessoas buscam por fontes diferentes, tornando-as de mais fácil disseminação. Assim, cria-se uma democratização do conhecimento e ocorre uma quebra do monopólio das grandes organizações midiáticas que anteriormente conseguiam sutilmente impor suas visões de mundo para as massas.

Corroborando isso, o exemplo mais clarividente que podemos citar é o caso das eleições presidenciais do Brasil em 2018, onde todos acreditavam que aquele que tivesse o maior montante de financiamento, o maior direito de tempo de propaganda televisiva, e que contasse com o maior aparato estatal seria provavelmente o vencedor, assim como sempre aconteceu na história mundial. Mas, a exemplo do que aconteceu com o presidente norte americano Donald Trump, que contava com apenas 1% das intenções de voto nas pesquisas, no Brasil venceu o improvável Jair Bolsonaro, que ganhou notoriedade com suas falas polêmicas nas mídias, e através dos chamados “memes” da internet.

O ponto em que quero chegar é que a centralização, e a ideia que sempre tivemos que somente grandes veículos de comunicação possuem credibilidade, já não é mais absoluta como um dia já fora, e essa diferença traz mudanças substanciais, positivas quanto negativas. As positivas, como mencionadas, são o fato de que as pessoas possuem uma maior autonomia de opinião e de tomadas de decisões, sejam em seus dogmas ideológicos pessoais, em escolhas de estilo de vida, seja até mesmo no encaminhamento de mercados e outras logísticas de grande escala. Com isso, os governos podem ter melhor visão do que ocorre verdadeiramente com seu povo, que lhes possibilita um melhor planejamento de políticas de estado.

Mesmo com grandes resultados positivos, igualmente surgem pontos negativos, sendo o principal e mais latente entre eles, as chamadas ‘fake news’, ou ‘notícias falsas’, ao traduzir para o português. Dado que as pessoas já não mais consideram com veemência as grandes mídias como absolutas, isso abre margem para que as pessoas possam acabar levianamente induzidas a acreditar em fatos inverídicos que possuem puramente a intenção de criar desinformação e sensacionalismo, quase que numa ação terrorista. Como contrapeso dessa realidade, muitos filtros surgiram, especialmente por parte dos veículos midiáticos já consagrados, preocupados com  manutenção de boas informações. Um exemplo desses contrapesos são os sites de ‘fact check’, ou ‘checagem de fatos’, onde são publicadas notícias virais com grande apelo e demonstram de forma fundamentada se os fatos são verídicos ou não.

Destarte a todo o exposto, é necessário entender a nova era em que vivemos, para que assim possamos suprir toda essa demanda da sociedade, ao mesmo tempo em que possamos sanar essas inconveniências das informações inverídicas e com más intenções. Além disso, a compreensão é primordial para que possamos, assim, aprimorar os meios de comunicação para os tempos atuais sem perder a essência da sua função social de sempre, informar.