Marivaldo Pereira fala sobre educação no Politizar 2019

Texto por Luan Michel Edição por Gabriela Macêdo

Realizada no último dia de treinamento do projeto Politizar 2019, palestra aborda a educação como caminho mais rápido para a emancipação. A exposição foi realizada por Marivaldo Pereira, que é mestre em direito processual pela USP, professor voluntário em cursinhos ministrados a estudantes de baixa renda, ex-Secretário Executivo do Ministério da Justiça, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo interinamente.

Marivaldo nasceu em Brasília. É filho de migrantes baianos que foram tentar a vida em Brasília, e após isso se mudaram para São Paulo. Um tempo depois de se mudarem para o maior centro metropolitano do país, seus pais se divorciaram, devido ao alcoolismo do pai. A partir disso, o mestre em direito e seus três irmãos foram criados pela mãe na periferia de São Paulo. Durante a palestra, Marivaldo utilizou sua trajetória de vida como grande exemplo.

O palestrante conta que, aos 9 anos, começou a trabalhar em uma feira com intuito de auxiliar a família. Pulando de trabalho em trabalho por um longo tempo. Marivaldo conta que o que impulsionou sua carreira acadêmica foi, durante o ensino médio, ter tido o pensamento de que, se parasse de estudar quando concluísse esta etapa, não voltaria, mais. Dessa forma, entrou para o Cursinho da Poli que era financiado pela USP na época, e após certo tempo conseguiu ser aprovado na USP, onde cursou direito. “Quando a gente está na periferia, a gente não tem ideia de que é uma universidade. Com aprovação na USP, consegui uma bolsa alimentação, bolsa transporte e residência estudantil”, conta.

Marivaldo ainda contou sobre sua batalha para descobrir o mundo universitário e sobre a realidade da periferia. “É muito complicado alguém sair de lá e ir uma universidade. O jovem não sabe como é e as portas que abrem. A exclusão social era frequente, em seu caso, mas programas de acesso e incentivo a educação resolveram grande parte do problema”, afirma.

“O assessor é ponte do parlamentar para alcançar diferentes grupos de interesse”, pontua Neolete

Texto por Jyeniffer Taveira Edição por Gabriela Macêdo

Para atender as demandas informacionais que o cenário atual exige é fundamental disponibilizar conteúdo em tempo real. Entretanto, além de agregar conhecimento, esse conteúdo deve buscar, cada vez mais, a construção de um referencial de credibilidade. Pensando nessas questões, a assessora parlamentar Neolete Freitas trouxe durante a tarde deste sábado (04) a experiência que adquiriu durante mais de 20 anos em atuação na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Em sua fala, deu dicas voltadas aos simulandos assessores do Politizar.

Um bom cartão de visita é positivo para todo e qualquer indivíduo, mas quando se trata do âmbito político, onde o atendimento ao público é a prioridade. Ao partir desse ponto, a assessoria desempenha um papel de confiança e, principalmente, de representação popular. É importante ressaltar que a materialização de uma imagem positiva é construída através de total comprometimento entre assessor e parlamentar, pois as ações de ambos podem reforçar as opiniões externas. “Além de cuidar da agenda o assessor é ponte do parlamentar para alcançar diferentes grupos de interesse”, pontua Neolete, sobre a importância do assessor para a comunicação

Segundo a assessora, atualmente as mídias digitais devem ser constante objeto de observação do profissional de assessoria. Apesar de serem ferramentas recentes, de acordo com  um relatório das empresas We are Social e Hootsuite, 62% da população brasileira está ativa nas redes sócias. A partir disso, Neolete explica em tom de brincadeira que essas redes “cortam para os dois lados”, ou seja, a postura em ambiente digital pode ou alavancar a popularidade ou destruir a reputação do assessorado.

A simulanda assessora Amanda Rutielly (MDB) escolheu o cargo com a intenção de auxiliar seu partido de maneira efetiva. Para a simulanda, a palestra alimentou suas expectativas e esclareceu dúvidas sobre a atividade de assessoria, cujo primeiro contato se deu através do Politizar. “O conhecimento aqui é recíproco e eu espero que, se futuramente eu ingressar nesse ambiente, esse momento seja parte de uma bagagem de aprendizado”, conta.

 

Desmistificação da política

Frequentemente a palavra política está associada a práticas ilegais. Essa realidade gera repercussões negativas, tanto na construção da cidadania, quanto para a inserção de profissionais preocupados com uma postura ética. Desta forma, Neolete Freitas enfatiza a importância do projeto Politizar para desconstruir essas barreiras. “ Nós instruímos os participantes para que eles conheçam os procedimentos da casa. A partir disso, há um aprofundamento nesse ambiente, de modo que é possível enxergar os simulandos como parte das futuras legislaturas da Casa, então é como se a árvore começasse a dar frutos”, afirma.

Neolete também destaca que quando existe espaço para a participação efetiva na política as boas experiencias se propagam por caminhos inimagináveis. Desse modo, o objetivo de semear familiaridade com um termo tão comum e essencial em todas as práticas cotidianas inunda diversas esferas sociais. “O conhecimento é a arma capaz de trazer a verdade, então essa parceria com a UFG é uma ferramenta essencial”, diz.

 

Miguel Gusmão explica regimento interno da Casa aos simulandos do 4º Politizar

Texto por Jennifer Neves Edição por Gabriela Macêdo

A terceira palestra do último dia de treinamento do 4º Politizar foi ministrada pelo pesquisador e procurador legislativo da Assembleia Legislativa de Goiás Miguel Gusmão. O tema principal foi a adaptação do processo legislativo para o politizar, onde houveram correções no cronograma fornecido aos deputados e assessores simulandos. Além disso, o palestrante explicou o regimento interno da Assembleia e apresentou as diferenças e mudanças para a simulação.

A palestra foi marcada pelo tempo reduzido, devido atraso causado pela palestra anterior, e pela grande quantidade de dúvidas dos participantes acerca do regimento próprio do politizar. No entanto, os principais pontos que mereciam destaque foram apresentados.

Entre os enfoques, pode-se citar os três principais tipos de sessões legislativas, que são as preparatórias, ordinárias e extraordinárias. A primeira é caracterizada pela posse de novos parlamentares e por ser responsável pela realização da eleição da Mesa da cada Casa, que acontece a cada dois anos.

Já a sessão ordinária é representada pela reunião plenária que obedece ao regimento interno da Câmara dos Deputados, e acontece nos dias úteis da semana. Nela, discute-se os temas rotineiros da Casa Legislativa e se resolve assuntos eventualmente pendentes.

As sessões extraordinárias, por sua vez, acontecem apenas sob demanda do Presidente da Câmara, prefeito da cidade, ou pela maioria dos membros. Esse tipo de reunião deve acontecer somente em casos urgentes, ou de interesse público de grande importância. Além disso, as extraordinárias não devem deliberar para assuntos que não condizem com sua convocação.

Além desses tópicos, foram discutidas também questões a respeito da constituição das comissões, decoro parlamentar, omissão na especificação de ordem, discussão parlamentar, tipos de maioria e tipos de votação. De acordo com Miguel Gusmão, todas as adaptações foram necessárias para que o politizar pudesse ser melhor proveitoso para quem está participando desta edição. Além disso, para fosse melhorado em relação as edições anteriores.